quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Jogo da Velha Tridimensional?

No Departamento quando não se tem o que fazer (quando é isto?) acabamos inventando outras coisas malucas, eis aqui uma loucura recente: o jogo da velha tridimencional. As regras continuam válidas: ganha quem completar uma fileira, mas agora a noção de altura é explorada o que torna mais fácil alguém vacilar. A figura mostra as maneiras de se ganhar: Amarelo - pela coluna no mesmo "andar"; Amarelo Queimado - pela linha no mesmo "andar"; Violeta - pela diagonal no mesmo "andar"; Roxo - pela coluna (pense como se os "andares" estivessem um em cima ou em frente ao outro); Azul - pela diagonal vertical; Verde - pela diagonal horizontal; Vermelho - pela diagonal "diagonal", rsrs.
O processo foi mais ou menos assim: queríamos reconstruir o jogo da velha para que não desse sempre empate se os jogadores fossem bons, então imaginamos fazer tridimencional. O problema é que neste caso o primeiro jogador sempre ganha se souber jogar ao menos razoavelmente. Nossa solução foi colocar mais uma pessoa para jogar (três pessoas), embora o problema não fosse realmente solucionado e o jogo perdesse a essência observamos que questões políticas são envolvidas e fica realmente um jogo interessante.
A última solução proposta foi acrescentar mais um quadrado assim ficam quatro jogadas mínimas para a vitória e quatro "andares", rsrs. É esta figura ai ao lado: um jogo para duas pessoas que jogam alternadamente até que alguém complete uma fileira.
Eu espero que neste jogo se ambos os jogadores souberem fazer um belo jogo será sempre empate, como o jogo da velha no plano, mas agora "o juízo do cabra dá nó" como disse nosso amigo Tiago ceará quando jogava! Bem, espero que gostem e joguem!!!
Abraço a todos.
___________________
Eu imagino que, pela simplicidade e analogia, este jogo já deve "rodar" em algum lugar, então não devemos dizer exatamente que "inventamos"; mas a idéia foi construída independentemente de qualquer outra idéia externa. É diversão.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

A lógica dos políticos: os fins justificam os meios


Experimental
Originally uploaded by Henrique Vicente
Maquiavel disse faz algum tempo que os fins justificavam os meios. Ele não quis dizer com isso que era justificável o uso de brutalidade ou atitudes anti-éticas para se conquistar novos territórios, etc. Esse pensamento surgiu devido a uma má tradução de sua obra para a língua inglesa, se não estou enganado.

O que ele buscou falar com isso foi que os meios de se chegar aos dados fins eram determinados pelos próprios fins. Ou seja: os meios não eram escolhidos ao acaso, mas pelo uso da razão. Se é desejável atravessar um rio, não se deve ficar andando em uma das margens do mesmo, mas molhar os pés, usar um barco ou uma ponte.


Para entender o que vem a seguir se faz necessário o conhecimento de alguns fatos:
i) A Anac afirma ter um bolsa-piloto para cobrir 75% do valor do curso de formação.
ii) Boa parte do custo de se formar como piloto é por conta do custo de hora-vôo.
iii) A maior parte do custo de um vôo para um avião — como o da imagem, que é justamente o tipo do usado no curso de piloto privado — é com combustível.
iv) A maior parte do custo do combustível é com impostos.
v) Para se formar como piloto no Brasil se faz necessário aulas práticas em aeroclubes.
vi) A Anac "descubriu" ter 433 aviões emprestados para aeroclubes que os usam — principalmente — para formação de pilotos.
vii) A Anac possui um bolsa-piloto para custear 75% dos custos de formação de um novo piloto.


Pois bem... Qüal a fantástica idéia da Anac? Leiloar os aviões e usar o dinheiro para custear a formação de mais novos pilotos!

Vejamos: os aeroclubes vão ter que arremater os aviões (logo, precisarão de dinheiro) ou devolvê-los. O que encarecerá os custos para novos alunos uma vez que a oferta irá diminuir e os custos aumentar.


E a Anac ainda fala que "estimula, incentiva e fomenta" a formação de novos pilotos. Dá para acreditar?


Para mim isso está em perfeita coerência com a lógica dos políticos! Estamos em ano de eleição! Não importa se isso vai ser bom ou ruim para outros senão eles próprios. O que importa é o que vai ser material que poderá ser usado como propaganda política, qüando assim for útil.

Não seria de uma lógica mais coerente diminuir os impostos sobre o combustível liberando uma cota de combustível para os novos pilotos usarem e após finalizar o curso terem os impostos referentes àquela qüantidade reembolsados uma vez alcançando a certificação, no mínimo?


Não para os fins desejados pelos políticos. A Anac, por sua vez, tem em sua construção o DAC, que deveria se chamar DCA (Defesa Anti-Aérea).


Em outras palavras: os nossos burocratas também sabem seguir a lógica. Usam os meios corretos para os fins que querem. Pelo menos qüando querem material para o horário eleitoral.


Anac vai leiloar 433 aviões de sua propriedade, por UOL Últimas Notícias.

PS: após meses registrado, esse é o meu primeiro post aqui... :)

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Reciclagem - Um dever de todos

Como alguns amigos meus sabem, eu não sou muito fã de carnaval. É uma manifestação cultural muito bonita, de certa forma saudável e, digamos, com resultados profusamente replicantes (a taxa de natalidade provavelmente aumenta no pós-carnaval). Bem divertido ver pela TV, mas multidão não é comigo. Dadas estas condições de contorno que me impõem, atinou-me fazer uma pequena faxina no meu quarto. Ao fim da arrumação dos meus CD's, restou-me uma pilha de 5 cm de mídias que eu resolvi jogar fora. Súbito, surgiu a dúvida: será que CD's são materiais recicláveis? Este tipo de questão tem recentemente chamado-me a atenção em vista da disseminação do conceito "aquecimento global" e do aparentemente descorrelacionado surgimento de latões de reciclagem próximos a minha casa e na UFPE, além das singelas caixas de papelão portadoras de ilustríssimos erros de cálculo e rascunhos provenientes do nosso Departamento de Física da UFPE. Obviamente, sendo eu filho da globalização, fui procurar no grande oráculo dos nossos tempos, a chamada internet, a resposta para esta questão inerente e fundamental. Dito e feito, CD's são recicláveis. E com resultados espantosamente eficientes! De acordo com a Optical Storage Technology Association (OSTA):

cada tonelada de CD-R que é reciclado podem ser recuperados 984 Kg de plástico de policarbonato, 113 gramas de tintura, 1,316 Kg de ouro e 15 Kg de revestimento e material impresso. O policarbonato pode ser usado para moldar produtos reciclados e o ouro pode ser refinado em um processador de ouro".

Nesta minha busca, descobri que o Brasil não dispõe do serviço de reciclagem de mídias como o CD. Triste, mas esperado. O Brasil não cuida direito nem da Amazônia, quanto mais dos pobres CD's. Estes são humildemente chamados de tecnolixo somente pelos irmãos americanos, estes que poluem tanto que chegam até a se preocupar. Lá o percentual da população que produz tecnolixo é maior que os cerca de 17% da população brasileira que tem computador. Até mesmo nosso lixo é periférico! Pois é, acho que por enquanto vou manter meus velhos CD's guardados... O pior é saber que menos de 30% das mídias jogadas fora nos países desenvolvidos são recicladas. Isto é preocupante justamente nestes tempos nefastos da era da informação nos quais os CD's podem ser facilmente gravados e copiosamente descartados... Portanto, caros amigos, pensem bem quando forem gravar algum CD, seja ele de dados ou de música, se vale mesmo a pena. Assim como devemos nos preocupar com o que imprimimos e escrevemos nos nossos preciosos papéis (tenhamos pena de nossas árvores...), também devemos nos preocupar com o futuro das nossas mídias. Mesmo os CD-RW têm um limite de cerca de 1000 regravações, portanto, tenhamos parcimônia. Além disso há aqueles que vivem a comprar ou gravar DVD's piratas com filmes que só irão assistir uma vez na vida. Assim como nos preocupamos em filtrar as informações e descartar dados inúteis em nossas mentes, acredito que seja salutar estendermos este tratamento igualmente aos nossos dispositivos de armazenamento não-orgânicos.

Devemos ampliar a reciclagem em vários sentidos de nossas vidas - tanto a mental como das propriedades físicas. Reciclagem é o tipo de coisa que é útil não somente ao indivíduo, e sim à comunidade como um todo. Nestes nossos tempos de excesso de informação e produção em massa, a mera utilidade deste ato passa a ser um dever cívico e, destarte, global como tudo o mais neste atravancado mundinho. Assim como podemos acelerar partículas a energias próxima a 1 Tev e explodir bombas nucleares, podemos muito bem chegar ao absurdo de tornarmos a nossa vida na Terra insustentável. Tomando com pressusto que está na essência de todo ser vivo lutar pela sua permanência, é indispensável pensarmos sobre o fator reciclagem. Portanto, peço a todos que lembrem-se sempre das "caixas mágicas que engolem papel" do DF. É o ato mínimo que aos poucos torna-se muito. Lembrem-se também dos pobres latões esfomeados por lixo que encontram-se próximos da editora da UFPE (aceitam metal, vidro, papel e plástico) e das novíssimas lixeiras instaladas na saída da biblioteca do CCEN. Se possível, promova a coleta seletiva na sua casa! Na minha não deu certo por questões paternas... Mas de vem em quando eu tomo a atitude de selecionar o meu lixo. Dias como o de hoje em que acordei com espírito empreendedor.

Aproveito também o ensejo para alertar aos amigos do DA e de todo DF para um tipo de lixo que me deixa agoniado de ver aos montes nos lixeiros do DF: os copos de plástico dos bebedouros. Todos os dias compra-se copos para serem utilizados apenas uma vez por cada pessoa, atolando os lixos de copos que chegam a transbordar da lata no final do dia. O DA poderia propor ao chefe do departamento que os funcionários colocassem um lixeiro apropriado para os copos (talvez um lixo só para plásticos), aproveitando, assim, a "moda" lançada pelas caixas coletoras de papéis. Outra solução, a qual eu mesmo tento seguir, é a de levarmos sempre uma garrafa de plástico com água de casa a qual podemos reabastecer nos filtros. Assim, economizamos copos e um pouco da água dos garrafões do DF. Enfim, está aí a proposta. Mas do que uma promessa, espero que possamos fazer dessas ações reguladoras um hábito.